A fotografia
de Renata Holanda, contempla a necessidade da criação de novas realidades. Nisso consiste um dos parâmetros da arte Contemporânea.
Destituídos da policromia encantadora que em geral colabora com as artes decorativas, estes trabalhos marcam pelo estabelecimento de conceitos fortes. Um deles é justamente a negação do decorativismo.
O desprezo pela forma imediata e pelas linhas bem definidas prestigiam o foco, ou seja, a dissolução de formas que não são percebidas com exatidão.
Isso tem um outro efeito mais devastador e pertinente: a obra se completa naquele que a contempla. Este sim, tem a chave que desvenda, para si, os mistérios da composição imagética. O espectador resulta no único capaz de compreender aquilo que, enfim é imagem, mas de outra realidade bem diferente daquela percebida no cotidiano.
Estes trabalhos foram criados para recriar.
Carlos Macedo
Imagem: especialidade do mirar com o devido reter e esgrimar com dedo em riste e língua afiada, contra os “doutores” de olhos magistrais que hoje enaltecem o que outrora afirmavam ser de muita pobreza na proeza e na prosa.
Ditos “mestres”, ofuscados pela empáfia, nunca atinaram para o fato de que o homem do sertão voa nas asas de fome dos urubus que tudo vêem e que escutam os segredos das lesmas que sabem das águas dormidas nas paredes dos cactos ou dos rebocos de pau-a-pique. É nessa fonte que Renata Holanda (e todos os mundos) traga e se embevece. Diferentemente dos que só bebem das superfícies cristalinas. (aluisiomartins)